[Resenha] O Lado Bom da Vida

Sinopse: Pat Peoples, um ex-professor de história na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele “lugar ruim”, Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um 'tempo separados'.
Tentando recompor o quebra-cabeças de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com seu pai se recusando a falar com ele, sua esposa negando-se a aceitar revê-lo e seus amigos evitando comentar o que aconteceu antes de sua internação, Pat, agora um viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida.
À medida que seu passado aos poucos ressurge em sua memória, Pat começa a entender que 'é melhor ser gentil que ter razão' e faz dessa convicção sua meta. Tendo a seu lado o excêntrico (mas competente) psiquiatra Dr. Patel e Tiffany, a irmã viúva de seu melhor amigo, Pat descobrirá que nem todos os finais são felizes, mas que sempre vale a pena tentar mais uma vez.
Um livro comovente sobre um homem que acredita na felicidade, no amor e na esperança.


Título Original:
Silver Linings Playbook
Autor:
Matthew Quick
Páginas:
256
Acabamento:
Brochura
Editora: Intrínseca


Classificação: 3/5


 Esse livro foi completamente diferente dos quais já li até hoje – e não foram poucos-. A história em si é intrigante: Pat Peoples acaba de sair de uma clínica psiquiátrica onde passou 4 anos (mas acredita ter passado somente meses) e está determinado a fazer todo o possível para ter sua antiga vida de volta. Melhor dizendo, para ter a sua ex esposa, Nikki, de volta. Então, todas as ações de sua vida passam a ser em favor que ela veja que ele está recuperado de seu surto e controla sua doença, para então ficarem juntos novamente. Vale citar que uma parte de sua memória foi afetada e ele se esqueceu de alguns anos em que passou na clínica psiquiátrica. Intrigante o suficiente? Digamos que ele é viciado em musculação e corrida, chegando a passar até 12hrs os praticando.

“Não quero ficar em um lugar ruim, em que ninguém acredita no lado bom das coisas, no amor ou em finais felizes.”

Tive a ligeira impressão que Pat é o único protagonista da história, pois ao ler o livro, você não consegue identificar outra personagem com o mesmo grau de importância ou intensidade que ele. Logo, Pat é o único narrador, com raras exceções de cartas escritas por outra personagem, mas não podemos considerara-las como sendo uma segunda narração.

O lema do livro é: Superação. A cada dia que passa, vemos o quanto Pat é capaz e se automotiva a ser melhor, mesmo com os problemas familiares que o atormentam praticamente no livro todo. Obviamente que há recaídas, e nelas podemos ver ainda o quanto ele é instável e luta para não ser, tudo isso com a ajuda imensurável de seu terapeuta, Dr. Cliff, que se torna um amigo e companheiro de futebol. Algumas vezes podemos ver pitadas de infantilidade em algumas atitudes e pensamentos e mesclado com sua obvia boa aparência e determinação, não é difícil se apaixonar. Porém, ás vezes terá vontade de dar uns tapas nele devido a sua obsessão com a ex-mulher e sua cegueira diante da realidade.

“Deus, eu não pedi um milhão de dólares. Não pedi para ser famoso e poderoso. Nem mesmo pedi que Nikki me aceitasse de volta. Só pedi um encontro. Uma única conversa cara a cara. Tudo que fiz desde que saí do lugar ruim foi tentar melhorar — para me tornar exatamente o que Você quer que todos sejam: uma pessoa boa.”

Quando Pat vai jantar na casa de seu melhor amigo, conhece Tiffany: uma viúva que sofre uma forte depressão desde a morte do marido e usa sexo como forma de escape. A semelhança entre ambos no quesito de perder alguém que se ama, faz com que surgisse uma estranha e amistosa amizade. Ah, antes de qualquer coisa: Esta história não é um romance, então não espere isso. Mas também não espere que não aja absolutamente nada disso. Confuso? Sim, também foi para mim. Você lerá situações engraçadas e cômicas entre ambos e também algumas coisas tristes. E se se sentirá confuso com elas. Este é um tipo de livro que você pode captar um pouco a essência bipolar de Pat.

“Parece triste. Parece com raiva. Parece diferente de todas as outras pessoas que conheço. Ela não consegue fingir aquela expressão feliz que os outros fingem quando sabem que estão sendo observados. Ela não precisa fingir comigo, o que faz confiar nela, de certa forma.”

Esse não foi um livro que transmitiu muitos sentimentos. Em certo momento, a leitura começa ficar um pouco maçante, até pela repetição de acontecimentos e até mesmo a nostalgia deles. O que nos leva à linguagem, que é simples, porém muito bem elaborada e até mesmo formal. Porém, há MUITAS, e não exagero quando digo MUITAS passagens sobre futebol americano: Times, campeonatos, estádios, jogadores, etc. E isso faz com que você se sinta um peixe fora da água e tenha vontade de pular toda e qualquer parte sobre isso que encontrar. Algumas passagens também fazem referencia a literatura clássica estadunidense e a sensação é a mesma em relação ao futebol; logicamente que isso se aplica se você não conhece sobre os temas, o que será provável.

Em relação ao final, o defino como neutro. A previsibilidade é proporcional à imprevisibilidade, mas acho que convencional é uma palavra que melhor o classifica. Como dito anteriormente, muitas passagens são confusas e até mesmo implícitas, então não é claro como cristal o que acontecerá no final. Um sensação que passou é que em 2 paginas, uma “complicação” das outras 250 foram resolvidas e isso decepciona, nos levando a questionar todo o resto.

“Olho para o céu. Vejo uma nuvem passar logo abaixo do sol. A parte superior é toda de um branco elétrico. Eu me recomponho. Não desista ainda, penso. Ainda não.”

Ah, se você assistiu ao filme – como eu- e agora está entusiasmado em ler o livro, acho melhor não fazê-lo ou diminuir a expectativa. O filme foi nada mais nada menos que alguns elementos do livro transformados na melhor temática “Romance Hollywoodyano”. Hey, não digo que o filme é ruim, muito pelo ao contrário, mas ele é MUITO diferente do livro e isso pode te causar uma decepção. Se você vai ler o livro antes do filme, bom, não sei qual será sua opinião, mas tenha em mente que apesar dos 3/5 de classificação, o livro é muito bom, apenas decepciona em relação ao filme. A forma com que a superação de Pat é mostrada, já vale a leitura. Se estiver interessado no filme, o trailer está disponível logo abaixo.


Boa Leitura !!!


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